
Um Café que Nasceu no Coração da Santa Casa
Nossa jornada começou com a percepção de uma necessidade e o apoio do amor. Em 1997, enquanto trabalhava no plano de saúde do Hospital Santa Casa, eu, Itamar de Mendonça, observava diariamente a rotina de médicos, funcionários e o fluxo de pacientes e familiares. Ali, faltava um lugar de respiro e acolhimento.
A visão de uma cafeteria pioneira na região começou a tomar forma, e foi a minha então namorada, e hoje esposa, Anna Carolina Gonçalves, que me deu o apoio fundamental para dar o start nesse projeto. Juntos, inspirados no que víamos em grandes hospitais de São Paulo e Recife, sonhamos em criar um espaço que oferecesse conforto e cuidado através do sabor.
Para que um sonho saia do papel, é preciso de alguém que acredite nele. E nós tivemos essa pessoa: o então diretor, Ir. Daniel Graff. Mais do que um gestor, ele foi uma figura paternal em minha vida, um pai que não tive. Desde o tempo em que eu era funcionário, ele me apoiou incondicionalmente, e foi seu entusiasmo e sua confiança que deram corpo e forma ao projeto do café. Seu apoio foi a força motriz para que tudo acontecesse. Hoje, ele não está mais conosco; mudou-se para a Alemanha e veio a falecer, deixando uma imensa saudade e um legado de bondade que jamais esqueceremos.
Então, no dia 19 de agosto de 2000, inauguramos nossa primeira cafeteria.
Nosso lar inicial era um espaço compacto de 27 metros quadrados em formato de triângulo, no corredor principal. Embora o espaço fosse um desafio, nossa missão era clara: oferecer um atendimento humanizado, com muito carinho e atenção, transformando aquele pequeno ponto no coração pulsante do hospital.
A Santa Casa não foi apenas o berço do nosso negócio, mas também da nossa família. Anna Carolina e eu nos casamos em 2006 e construímos nossa vida em torno deste projeto. Foi neste hospital que vivemos nossas maiores alegrias com a chegada dos nossos dois filhos.
Costumamos brincar que temos três filhos que nasceram na Santa Casa: o Café da Casa, o Pedro Henrique e o Miguel. Essa conexão profunda com o hospital nos motiva a trabalhar todos os dias com ainda mais dedicação.
Onze anos de muito trabalho se passaram e, com o sucesso, veio a necessidade de evoluir. Tivemos a felicidade de encontrar essa mesma sensibilidade no novo diretor, Ir Rafael. Com sua visão acolhedora, focada no atendimento humanizado que é a marca do hospital, ele compreendeu que o nosso café era um importante aliado nessa missão. Entendendo a necessidade de um espaço maior, ele nos destinou um novo local, na recepção principal, onde poderíamos atender com mais conforto a todos os frequentadores do hospital. Assim, em agosto de 2011, iniciamos a reforma, e em novembro de 2011, abrimos as portas do espaço onde estamos até hoje.
É impossível contar essa história sem registrar a nossa imensa gratidão a cada funcionário que passou por aqui. Seria injusto citar nomes, mas cada um foi de extrema importância para que o café chegasse onde está. Mais do que colaboradores, eles foram parte da nossa família, deixando aprendizados valiosos e contribuindo com seu trabalho e carinho para construir a nossa reputação. A eles, nosso eterno muito obrigado.
Atualmente, atendemos em duas frentes, para os clientes externos e internos, mantendo a mesma essência. Ao longo de mais de duas décadas, o maior presente que recebemos foram os laços que criamos. Temos um carinho imenso pelos amigos médicos que conquistamos e por tantos clientes que se tornaram amigos queridos.
Entre essas conexões especiais, destaco meu amigo pessoal José Pereira, o atual administrador do hospital. Nossas histórias coincidem ao longo de quase 30 anos nesta instituição, onde ele, com alguns anos a mais de casa, foi meu gerente no plano de saúde. O José foi um grande incentivador do projeto do café desde o início e nossa amizade se manteve forte. Juntamente com os médicos e clientes, eles formam a grande família do nosso café e são a prova de que este é, e sempre será, um lugar de encontros e afeto.
Aprofundamos nosso conhecimento na cultura do café, sendo um dos primeiros lugares em Maringá a popularizar o café espresso, um compromisso que levo a sério desde que fiz meu curso de barista com a renomada especialista Isabela Raposeiras. Hoje, temos o orgulho de trabalhar com o Café Orfeu, tratando nosso espresso com a dedicação que ele merece.
O café continua sendo, em essência, um negócio de família. Embora eu, Itamar, hoje também me dedique à profissão de corretor de seguros de vida e esteja presente mais esporadicamente, é a Anna Carolina quem está aqui todos os dias, cuidando com maestria da administração e garantindo que nossa missão de acolher continue viva. E assim, continuamos servindo com o mesmo amor que nos motivou no primeiro dia, para a grande e querida família do Hospital Santa Casa.
